Terceira ou quarta cerveja desta marca que bebo, e tenho-a sob boa consideração em qualidade/preço desde que a experimentei pela primeira vez. Estilo diferente tipo abadia que se enquadra muto bem nas que já bebi do gênero. Houve ali por momentos no aroma e sabor que me trouxe à memória uma notas de uma garrafa de rum velho misturado com coca cola que eu e os meus amigos e irmãos Jorge e Pedro compramos numa ida até à casa que os meus Pais tinham na Moita ao pé do parque. Curioso vir-me à memória aquela cuba livre.
Sem o meu saudoso Pai saber roubei as chaves daquilo que pensava ser da casa. Mas naquela tarde/noite tinha tudo para correr mal.
Mal desembocamos no Barreiro depois de atravasarmos o Tejo, dirigimo-nos para a plataforma da antiga estação de comboios e entramos sem saber numa composição que se dirigia para as oficinas, peranta a incredulidade saltamos para fora com o comboio em velocidade lenta.
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Uma celebre locomotiva série 1400 da CP a puxar as famosas carruagens vermelhas na zona do Barreiro, tentando imaginar aqui um pouco o começo daquelas desventuras. Fonte da imagem: (*3) |
Depois de finalmente chegarmos à Moita, fomos até ao posto de gasolina encher um jarrican de gasolina (pois comigo também tinha as chaves do Opel Kadett do meu Pai), e de seguida até à casa que tinhamos no parque, eis que descobrimos que a chave não servia. Meio desorientados, lá tivemos a felicidade de constatar que pelo menos as chaves eram do escritório onde o meu Pai tratava da contabilidade dos seus clientes na casa dos meus Avós, a qual dividia com o seu sócio. Tihamos acesso também à casa de banho, o resto estava trancado...Já não era mau.
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Casa dos meus Avós e do meu Pai no Largo principal da Moita |
Depois de mais uma dose de inconsciência ao andarmos às voltas com o carro e de o Jorge quase ter batido num poste, lá fomos pernotar ao escritório, onde depois de bebermos a garrafa de rum num unico copo para lavar os dentes partilhado pelo três, adormecemos desconfortavelmente nas cadeiras, até apanharmos de manhã cedinho o comboio e barco de regresso.
Ainda tomamos o pequeno almoço na baixa, que foi o que correu melhor desta desvetura.
* Em homenagem ao meu grande amigo Jorge, que já partiu desta vida, deixo aqui esta música da sua banda predilecta que ele cantava tantas vezes e que marcou aquela época da minha amizade com ele.
Das memórias desta história e passando à cerveja provada, tem uma bonita cor ambar com um dedo de espuma com retenção baixa. Translúcida e com boa carbonatação.
Aroma caramelizado e resinado
Bom equilíbrio entre o amargor e o sabor licoroso.
Os seus 6.7% ABV fazem bem o seu trabalho de aquecer num dia chuvoso de Março.
Expectativas mais uma vez não defraudadas com esta Abbaye de Vauclair.