A ideia deste blog nasceu pelo meu interesse em cerveja. A referência ao "Charco", tem a ver com a cervejaria de Lagos que o meu saudoso Tio me deu a conhecer e onde me sentava com uma bela caneca, ora lendo um jornal de música, ora sonhando em ter uma banda, ora perdido em pensamentos com uma paixão do liceu.
quinta-feira, 3 de novembro de 2022
Baltika 9 - A cerveja que veio do frio
Lembro-me das vezes que olhava para as cervejas Baltika, nas prateleiras dos supermercados e saltava à vista a imponência dos seus rótulos e a elegância das sua garrafas. Havia de vários estilos, cada uma numerada conforme fosse uma porter ou uma lager, sendo que a mais forte era a numero 9.
É precisamente a Strong Extra Lager que trago aqui. engarrafada pela primeira vez em 1998 (*1), hoje em dia é muito difícil ou praticamente impossível encontrar uma Baltika à venda, devido ao embargo imposto à Rússia por causa do conflito armado com a Ucrânia. Presenciamos pois os horrores de uma guerra, e um futuro incerto desse desfecho com velhos fantasmas da ameaça nuclear a pairar no ar e que quase ninguém pensaria que regressassem. Traz-nos à memória para os dias de hoje a bela e inquietante música: "Russians" que Sting compôs e lançada em 1985. Vale a pena colocar um excerto da letra que infelizmente se aplica à actualidade, mesmo que os intervenientes políticos sejam outros:
"In Europe and America there's a growing feeling of hysteria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the Soviets
Mister Krushchev said, "We will bury you"
I don't subscribe to this point of view
It'd be such an ignorant thing to do
If the Russians love their children too..."
Bem, mas tentemos nos alhear um pouco, para falarmos sobre o tema principal deste blog e desta Baltika nº 9. que um amigo meu já me tinha dito muito bem. Com Apenas 8 % ABV, é a cerveja mais forte da Baltika que conheço, de cor dourada, uma boa formação de espuma branca de dois dedos, retenção média, aroma com predominância a malte, notei aqui algum aroma parecido a xarope, tem um sabor com preponderância alcoólica, com algumas notas a xarope, alguma acidez e um final de boca com amargor e seco. É uma cerveja que esperava algo de diferente mas é de facto uma lager extra forte e não me desiludiu de todo, gostei da cerveja. É forte, tem amarrar, tem presença e fez-me lembrar agora a primeira cerveja forte que bebi e que apareceu em Portugal ai pela segunda metade dos anos 90, a Tuborg Strong beer com 7.2 % ABV. Confesso que naqueles tempos não estava muito preparado para ela ou não a sabia apreciar, e não gostava muito, era demasiado forte, mas esta Baltika ainda com mais teor alcoólico é bem superior.
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