A ideia deste blog nasceu pelo meu interesse em cerveja. A referência ao "Charco", tem a ver com a cervejaria de Lagos que o meu saudoso Tio me deu a conhecer e onde me sentava com uma bela caneca, ora lendo um jornal de música, ora sonhando em ter uma banda, ora perdido em pensamentos com uma paixão do liceu.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2022
Reviver o passado em Palmela (Aldeana de Cacho Rosé)
A Aldeana de Cacho mistura dois mundos; o do vinho e o da cerveja e nasceu de uma parceria entre a cervejaria do Montijo e a Adega de Palmela. que depositaram nestas cervejas o equilíbrio entra as castas Portuguesas da península de Setubal e a liberdade criativa que a cervejeira apresenta, entre uma partilha de experiencias entre o cervejeiro Miguel Cáceres e o enólogo Luís Silva.
E foi assim que foram lançadas duas Aldeanas; uma de Cacho branco moscatel que conta com mosto de uva branca da casa Moscatel graúdo e a outra a de Cacho rosé Castelão que utiliza mosto de uva desta casta tinta. (*1).
Eu diria que é uma combinação curiosa de dois produtos distintos de duas terras do mesmo distrito de Setúbal, distrito esse que conheço alguns locais relativamente bem, uma vez que o meu Pai era da Moita do Ribatejo, e ora passeávamos por Setúbal, ora passávamos férias em Troia ou visitávamos Palmela, onde muitas vezes íamos almoçar ao "Retiro Azul", restaurante conceituado e de boas memórias de infância e adolescência, com boa comida, em que eu gostava de acompanhar com um Trinaranjus e a cereja em cima do bolo, que era a tão desejada tarte de amêndoa, isto enquanto olhava com atenção aos saudosos desenhos animados do "Dartacão e os três Moscãoteiros" na TV do restaurante e que eu adorava ver.
Cá fora, recordo também aquela deslumbrante imagem do Castelo de Palmela, e na minha imaginação as imagens de batalhas entre Cristãos e Muçulmanos pelas conquistas e reconquistas da povoação e do seu imponente castelo. Do lado oposto no jardim da alameda a curiosa, fascinante e bonita imagem de uma quinta (de seu nome Quinta dos Carvachos) com muitas laranjeiras, com uma mansão enorme, lagos e casa de caseiros, creio eu.
Depois destas boas recordações, vamos então à nossa Aldeana de Cacho, a de Rosé Castelão, gentilmente oferecida por uma colega de trabalho muito simpática. No seu rótulo podemos observar que é uma Portuguese Grappe Ale Castelão Fruit Sour, de cor âmbar, mas também de cor rosé, turva, praticamente sem formação de espuma, carbonatação média/baixa, embora ao inicio exista, mas vá desaparecendo. Com aroma a groselha, a vinho rosé e talvez a cerejas. No sabor nota-se acidez e sem amargor. Com uma graduação de 7,5%. é uma proposta diferente que não estava à espera, mas a cerveja artesanal permite-se a tudo e a fazer todas as experiencias que sejam aceitáveis. Na sua composição temos agua, malte de cevada e trigo (talvez para suavizar), uvas, lúpulo e levedura.
É uma cerveja mas mais parece um vinho, porque o sabor que tem é praticamente de um rosé ou parecido.
É mais uma sugestão no vasto mundo das cervejas artesanais.
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