sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Westmalle - Na rota dos caminhos Trappists


As cervejas Trappists produzidas na Abadia de Westmalle são famosas no mundo inteiro. A fábrica de cerveja contribui para o sustento da Abadia e em Westmalle a produção de cerveja está longe de ser apenas uma mera actividade comercial. A maior parte das receitas obtidas com a venda de cervejas é investido para criar melhores condições de trabalho e aquelas que não são usados para o seu próprio sustento são canalizados para projectos de cariz social e caridade. (*1)

Nos tempos da revolução Francesa os monges Trapistas tiveram de abandonar a Abadia em La Trappe. Em 1793 um grupo desses Monges chegou a Antuérpia planeando fixarem-se no Canadá, mas o Bispo de Antuérpia convenceu-os a estabelecerem-se numa pequena propriedade em Westmalle. Entre 1815 e 1830 o mosteiro estava dentro do território do Reino Unido dos países Baixos, onde o governo queria abolir ordens contemplativas como a dos Trapistas, contudo os monges provaram a sua utilidade para a sociedade, fundando uma escola e estabelecendo uma guest house e em 1836 o priorado converteu-se em Abadia. Depois de algum tempo a construção iniciou-se em 1900 e em 1930 a o estabulo foi renovado onde se estabeleceu uma nova cervejaria nos terrenos da Abadia. (*2)

Seguindo um pouco "os caminhos das Trappists", esta é a quarta cerveja que experimento das onze que são autorizadas a usar o selo da autenticidade (*3), e este selo tem o peso de qualidade que não deixa ninguém indiferente. Passando então à minha prova, oferta da minha irmã mais nova, é uma cerveja dubbel de cor castanho escuro, com excelente formação de espuma bege e retenção magnifica parecendo formar um creme. Aroma a malte, no paladar passas de uva, caramelo e final seco sobressaindo algum amargor com uns respeitáveis 7% ABV. As papilas gustativas agradecem.

(*1) https://www.trappistwestmalle.be/en/brewery 

(*2) https://www.trappistwestmalle.be/en/history-abbey 

(*3) https://pt.wikipedia.org/wiki/Cerveja_trapista

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

St. Bernardus Wit


E regressamos a uma marca que já aqui provei, desta vez para falar da St. Bernardus Wit uma tradicional cerveja não filtrada de trigo. Foi desenvolvida com a colaboração de Pierre Celis, o lendário mestre cervejeiro que conduziu ao ressurgimento da white beer na década de 60. É uma cerveja clássica e destinta com a sua atrativa cor amarelo-dourado, é famosa pelas notas picantes a coentros e laranja, com toques de cravo picante com fragrâncias frutadas e cítricas. Estas ervas picantes combinam com a cremosidade do trigo para produzir uma cerveja equilibrada. A sensação suave na boca produz uma adorável interação entre a doçura do malte e a acidez, criando assim uma sensação refrescante. (*1)


Assim depois desta apresentação no sitio da St. Bernardus, eis a minha singela avaliação: 
Uma cerveja de trigo tipicamente Belga, diferente das germânicas, de cor amarelo-escuro, turva, com boa formação e retenção douradora de espuma branca. Muito aromática , com notas a banana e aquele aroma balsâmico e floral tão característico das cervejas Belgas. Na boca é uma cerveja seca, algo amarga e acida. Boa carbonatação com 5.5% ABV. Muito refrescante.






quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Abbot Ale - Néctar do Abade


Em Bury St Edmunds, a casa da Abbot Ale, a fabricação remonta há 1000 anos atrás. Na verdade, no Domesday Book existem registos de cervejeiros que terão servido o Abade no grande Mosteiro da cidade.

Tendo sido herdado a sua experiência, o processo de fabricação de cerveja quase não sofreu alterações ao longo de centenas de anos, demorando sete dias para criar o pint perfeito da Abbot Ale. Sendo o seu processo de produção mais moroso apresenta notas frutadas, riqueza de malte com um equilíbrio soberbo de lúpulo, tendo sido já galardoada com a prestigiada Monde Gold Award. (*1)

E foi assim que por terras Algarvias me deparei com esta Abbot Ale da Green King, tendo-me despertado a curiosidade e tendo interesse em conhecer mais a escola inglesa levei-a comigo e não me arrependi, pois trata-se de uma cerveja de cor âmbar, translucida, formação e  retenção média com um a dois dedos de espuma. Aroma a caramelo, especiarias e sabor a malte, caramelo, notas a passas, sultanas e toffee com amargor no final de boca. Tem 5% ABV e confesso que é um estilo que ao inicio estranhei, mas que agora já se entranhou e aprecio. Boa cerveja.

(*1) https://www.greeneking.co.uk/our-beers/abbot-ale/


segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

The Farmer


Depois de terem sido lançadas três estilos da Steam Brew, eis que o Lidl dá continuação com mais duas cervejas desta marca. Desta vez chega-nos uma Wheat Pale Ale, personalizada na já conhecida saga como o "Agricultor", um ajudante de uma região envolvente  e abastecedor dos cervejeiros da resistência. Por várias vezes os seus campos de trigo foram descobertos e incendiados pelos agentes da lei seca, mas só e trabalhando arduamente tem feito chegar as suas especialidades cervejeiras até ao seu destino. (*1).

É nos apresentada como uma pale ale de trigo de aroma rico a malte e lúpulada três vezes, com notas frutadas, cítricas e exóticas muito equilibradas, que se devem às variedades de lúpulo citra e Hallertauer Blanc.

No que à minha prova diz respeito é uma cerveja com boa formação e retenção de um bom "creme" de espuma branca. De cor amarelo escuro, quase a pender para tons alaranjados e turva, característico das cervejas de trigo, aroma a banana, tem no sabor notas frutadas, toranja e com final de boca com amargor algo acentuado, é uma cerveja leve e refrescante que se bebe muito bem com 5,6% de alcool. Cá esta mais uma boa cerveja da Steam Brew, diria que talvez a melhor das que provei.

(*1) https://steam-brew.com/pt