É a terceira vez que experimento esta cerveja que me foi mostrada pela minha irmã e que eu provei pela primeira vez na Zambujeira do Mar, numa tarde de verão, no quintal de uma casa muito agradável que alugamos. A Zambujeira é um sitio de que gosto muito, uma vila pequena, acolhedora, simpática e com muita riqueza natural, praias belas e recônditas, escarpas sobre o mar com monumentais vistas para o oceano e um por do sol deslumbrante.
Praia da Zambujeira do Mar |
Quando vinhamos de Lagos o meu Pai gostava de fazer o caminho do litoral Algarvio e Alentejano bem cedo e a Zambujeira do Mar era quase sempre um local de paragem para tomar o pequeno almoço depois de passarmos por Aljezur, Rogil e Odeceixe era seguir por Vila Nova de Milfontes, Porto Covo, São Torpes e avistava-se Sines para depois entrar na estrada que ia para Troia, passava-se por Pinheiro da Cruz, Comporta, e daí entrar no ferry boat que atravessava o rio Sado ou azul como também é conhecido. Também acontecia fazermos o caminho inverso a caminho do Algarve. Era uma viagem arejada, com estrada coberta de sombras das árvores em alguns trajectos e não era tão saturante como ir pela A2 pois dava para ir vendo a paisagem e as belas vilas do sudoeste Alentejano e parar nalgum local. Há alguns anos fiz essa mesma viagem com a minha Mãe e os meus Tios.
*Fontes das imagens (*1) (*2) (*3) (*4) |
Infelizmente à data que escrevo estas linhas tem deflagrado um incêndio muito grande pelo concelho de Odemira que já fez arder muitos hectares daquela zona e estendeu-se ate Monchique.
Mas voltando ao nosso tema central fiquei impressionado e gostei muito da garrafa de 75 CL. num preto baço. Não fazia ideia ao inicio que era comercializada apenas para o lidl, mas no que diz respeito à produção pouco mais sei do que vem na garrafa, cujo nome usado, Abbaye De Vauclair, poderá ter referências a um mosteiro cisterciense fundado em 1134 por São Bernardo de Clairvaux a pedido de Barthélemy de Jur , bispo de Laon. E localizava-se no que é hoje a comuna de Bouconville-Vauclair em França. (*5) Mas isto é apenas a associação que faço do nome da cerveja com a referida abadia que existiu ou seja sem confirmação de informações que pesquisei pela web.
A segunda vez que a experimentei foi num verão em Lagos e tinha uma ideia diferente na minha cabeça de que era uma cerveja loura, turva e eis que me deparo com uma cerveja de cor ruiva e aroma caramelizado.
É uma cerveja de cor âmbar, límpida, transparente com dois a três dedos de espuma branca, boa retenção e boa formação de espuma. Aroma malte, a caramelo, a rezina.
O sabor nota-se a presença dos 7,5% de álcool, uma cerveja a começar para o forte, um sabor caramelizado e com algum amargor no final de boca.
Na sua composição, que se pode ler na garrafa, é elaborada para além dos ingredientes habituais como água e lúpulo, tem a curiosa combinação de vários cereais como o malte de Cevada, trigo, centeio e aveia, mais xarope de glicose, extrato de coentros e de laranja. Que receita.
Faz-me lembrar a Abadia da Super Bock, mas mais forte.
Provei-a em boa altura porque já estava fora de prazo e tinha de fazer esta prova antes que começa-se a perder qualidade.
É uma cerveja muito agradável de se beber mas fazia uma ideia diferente de quando a bebi nas primeiras vezes.
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