A 1927 lembra-me de certa maneira o jantar de Natal, mas os mais recentes, pois foi numa dessas celebrações à mesa em casa da minha irmã mais nova que levei uma garrafa de 75 cl. Creio que terá sido das primeiras edições há cerca de uma década. Recordo-me da boa sensação que me deixou com aquele sabor mais apurado de uma cerveja artesanal.
A época Natalícia é um período de que gosto muito, é sinônimo de felicidade e de celebração com a família, amigos e colegas. Toda a envolvência da árvore enfeitada, luzes, presépio e presentes remonta-me a Natais passados em casas onde vivi, seja em São Domingos de Benfica em que andava sempre a pedir dinheiro à minha querida Avó para comprar mais um efeito para a Árvore ou em Carnaxide em que só abrindo os presentes na manhã de Natal, acordava bem cedo (nem dormia bem) e corria e deslizava pelo corredor até abrir com enorme entusiasmo os embrulhos que por magia apareciam junto à árvore de Natal. É claro que eram lá postos pelo meu saudoso Pai, pela minha Mãe ou pelas minhas irmãs quando já estava deitado. Ainda me recordo de um guindaste ou de um Renault 4L amarelo que recebi.
A esta época mágica para mim passada em família, associo também o clássico Conto de Natal de Charles Dickens, em particular uma versão que tinha em BD, salvo erro da editora Liber (a mesma dum outro que ainda conservo do Barão de Münchausen) e que hoje, dia de Natal, acabo de reler este delicioso conto de uma coleção de clássicos em BD da parceria Levoir/RTP.
Lado a lado: Uma reliquia do passado; "O Barão de Münchausen", junto do recente que reli; O "Conto de Natal" de Charles Dickens |
Não podia deixar de referir o coro infantil de santo Amaro de Oeiras que interpretava o popular "A todos um bom Natal" lançado em 1980, composto por César Batalha, que se tornou um verdadeiro clássico de Natal, que tantas vezes passava na nossa televisão Telefunken a preto e branco, e que quando ouço embala-me num agradável regresso ao passado. (*1)
Falando de um passado mais recente a marca 1927, apareceu em 2013 quando a 1ª edição foi lançada, em garrafas de 75cl, esta seleção de cervejas especiais ostenta o ano em que a marca Super Bock foi registada. Tendo já sido lançadas várias edições limitadas, existem no entanto quatro residentes nos supermercados em formato de 33cl (*2). Apesar de esta ser a primeira que aqui referenciada, já experimentei outras 1927 que terei oportunidade de falar noutras ocasiões, desta aposta bem conseguida da Super Bock acompanhada por uma excelente estratégia de marketing com copo próprio (estilo Teku) e formato de torneiras de pressão original.
Cor âmbar, opaca, com um dedo espuma a inexistente. Sem retenção
Aroma licoroso e caramelizado.
Sabor adocicado de notas a madeira, a bourbon e a uvas. licorososo, espirituoso e com alguma acidez, com ligeiro amargor final.
Uns belos 8% ABV.
Estava curioso com esta 1927 e depositava algumas espectativas, algo que não se veio a concretizar muito em termos de satisfação.
Nota-se que é uma proposta diferente por ser envelhecida em barricas de carvalho mas existe algo que não me seduz muito, penso que seja a acidez, algo que não me tem agradado em algumas 1927, mas que tenciono fazer segundas provas e reavaliações.