sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Lvivsk 1715


Não esperava encontrar à venda cerveja ucraniana depois do início do conflito militar que opõe esta nação à federação Russa, após a invasão desta em Fevereiro de 2022. É uma guerra que tem deixado o mundo em alerta e extremamente preocupado que com o escalar do conflito não caminhemos para a ameaça nuclear, mas temo que os ponteiros do Doomsday clock se tenham começado a mexer em direção à meia noite. (*1)


À parte deste terror mudemos a agulha para questões mais lúdicas.
A primeira cervejaria industrial em Lviv surgiu em 1715, depois do conde polaco Stanislaw Potocki emitir uma licença aos monges jesuítas para construir uma cervejaria no subúrbio de Lviv, em Cracóvia. Esta data é considerada o início da atividade cervejeira de Lviv.
No tempo da União Soviética, a cervejaria de Lviv tornou-se propriedade do Estado e foi renomeada como fábrica de Kolos. Ao mesmo tempo, a cerveja "Lvivske" recebeu nome oficial e o status de marca registrada. A "Lvivske" manteve a sua qualidade de referência e tornou-se a melhor cerveja da União Soviética.
Após a queda da União Soviética, a fábrica de Kolos foi novamente renomeada como Cervejaria Lviv, e em 1999 tornou-se parte da empresa Baltic Beverages Holding, desde 2008 propriedade do Grupo Carlsberg.
Em 2015, a marca comemorou 300 anos. (*2)
Deixo aqui também uma referencia à bonita cidade de Lviv, fustigada actualmente e aos seus habitantes vitimas inocentes da insanidade da guerra

imagem retirada da reportagem do Washington Post (*3) 

Cerveja com uma garrafa verde muito bonita com relevos e rótulo com um leão dourado com coroa. Remete para uma simbologia algo austera do leste, mas é bem trabalhada.
De cor dourada translúcida, com boa formação de espuma branca e rendilhado que subsiste no copo. Retenção média-baixa. Carbonatação normal.
Aroma bom a malte, fresco e herbal.
Sabor equilibrado e suave, com o dulçor do malte a conduziu o paladar até ao final de boca com algum amargor.
Cerveja leve com 4,7 % ABV
Muito fácil de beber








Brahma Malzbier


Não estava à espera deste estilo quando comprei na loja made in Brazil, a Malzbier é vendida na Alemanha sem álcool, mas de qualquer maneira foi uma boa surpresa.
Malzbier é um tipo de cerveja, criada por Ferdinand Glaab, doce e com baixo teor alcoólico (geralmente entre 0 - 4%), de cor escura, que é fermentada como uma cerveja normal, porém com a fermentação de levedo por volta do 0 °C. O CO₂ e o açúcar é adicionado depois. A Malzbier é geralmente usada como uma bebida energética (*1)
É a primeira Brahma que aqui faço um post, embora já tenha experimentado a original, mas um dia lá chegarei.
A Brahma foi criada em 1888, no Rio de Janeiro, pela Manufactura de Cerveja Brahma Villiger & Companhia, que depois mudaria de nome para Companhia Cervejaria Brahma, sucedida depois pela AmBev.
A cerveja Brama é a segunda marca de cerveja mais consumida no Brasil, e a nona cerveja mais consumida em todo o mundo.
No Brasil, é considerada a 3ª marca mais valiosa do país (*2)
De cor castanho rubi, boa formação de espuma bege, retenção média a baixa.
Aroma a malte
Sabor adocicado a lembrar uma cerveja de malte, a Coca-Cola, sem praticante amargor e sem perdurar o sabor na boca.
Com referencia na lata a 4% ABV (excelente), embora no site oficial apareça com 3,8% 
Leva açúcar de cana e corante de caramelo na sua composição.
Agradável 



Singha - Simbologia do Garuda e do Leão Dourado



A Singha foi fundada em 1933 por Phraya Bhirom Bhakd o primeiro mestre cervejeiro Tailandês, é uma cerveja premiada com uma bonita, elegante e simbólica apresentação, com a imagem Garuda no gargalo que remonta a 1939, quando o rei Rama VIII concedeu à Cervejaria Boon Rawd a permissão para ostentar o símbolo icônico. Naquela época, o Garuda denotava a maior homenagem para as empresas; esse reconhecimento especial significou que a Singha conquistou seu lugar como uma empresa confiável e financeiramente estável, produtora de produtos de alta qualidade e no rotulo o místico leão dourado que foi inspirado em um dos quatro grandes leões da literatura tailandesa, que o povo tailandês acredita ser o rei da Floresta Himmapan. O logotipo atual de Singha é uma versão refinada do antigo leão amarelo. (*1)


Como prova foi uma agradável surpresa
Cerveja de cor amarela, quase transparente, boa formação de espuma creme e retenção boa/média. Boa carbonatação.
Aroma agradável a malte e refrescante.
Sabor a malte, um pouco cítrico e pouco a casca de limão e adocicado. Alguma acidez. 
Algum amargor em final de boca.
Cerveja com 5% ABV realmente refrescante e saborosa.


Hip Hop IPA


Cerveja artesanal Italiana com um rotulo de cor tangerina muito engraçado e animado.  cor âmbar, semi turva, boa formação de espuma de dois a três dedos, retenção média/boa com lastro razoável no copo.
Aroma fantástico e fresco a toranja, ananás e notas cítricas. 
Sabor a toranja, notas herbais e amargor digno de uma IPA prolongado e com presença em final de boca. 
Carbonatação média com 6.1% ABV. 
Uma boa Italian Pale Ale da região da Emilia Romagna distribuida pela Target 2000, a mesma da Italian Pale Ale, de que já aqui fiz um post, igualmente comprada no Lidl. Fica a dúvida se não será a mesma.


Woo-hoo ! - Duff Beer


The Simpsons, tarararatatarara, olha eu aqui no bar do. Moe a beber uma Duff, pois é esta é real e não saiu de nenhum episódio. Estou aqui feito Homer, a saborear esta surpresa comprada no lidl.
Na verdade apenas tem o nome pois nada tem a ver com a cerveja fictícia e produzida por uma cervejaria de Munique. (*1)
Existem várias cervejas cpm este nome, e uma versão oficial é vendida perto de "The Simpsons Ride" na Universal Studios. Em 2015, a 20th Century Fox, começou a vender cerveja Duff licenciada no Chile com o objectivo de eliminar o brandjacking. (*2)

Cerveja de cor dourada e translúcida, formação de espuma branca razoável e retenção média baixa. Aroma a malte de Cevada e herbal. Sabor suave, metálico, ligeiro amargor e um semi-seco no fim. carbonatação média. Teor alcoólico de 4,9%. Lager de origem Alemã. Bebe-se. 


terça-feira, 28 de novembro de 2023

A Estrela e os Peregrinos (Cerveja Polar )


Comprei esta Polar no Auchan de Alfragide mas já tinha ficado de olho nela uma vez que vi um grande numero delas empilhadas no El Corte Inglês, fiquei curioso e fui ver a sua origem, fiquei com a ideia de ser Espanhola, coisa algo estranha uma vez que conheço mais ou menos bem as principais marcas dos nossos vizinhos, mas percebi mais tarde ao obter mais informações de que na verdade era Venezuelana mas produzida aqui  em Espanha. 
Fiz a prova numa tarde de calor no primeiro dia de Agosto. Ora precisamente nessa data estavam a decorrer as jornadas mundiais da Juventude, com uma multidão de jovens que dava um colorido pelas bandeiras das várias nações presentes e uma alegria contagiante aos habitantes da cidade de Lisboa. Confesso que ao inicio fiquei um pouco apreensivo dada a afluência que se previa: 1 milhão ou mais. existiria stock suficiente nos supermercados, e os transportes ? e as ruas condicionadas ? Mas correu tudo impecavelmente bem, foi engraçadíssimo ver esta boa disposição pelas ruas e seguir os grandes eventos que decorreram, com palcos para concertos espalhados pela cidade (confesso que fiquei um pouco incomodado com o barulho ensurdecedor junto à minha casa, contudo nos dias seguintes baixaram os decibéis) cujos pontos altos foram as missas e a via sacra no parque Eduardo VII, a vigília e a Santa missa no parque Tejo, para onde confluiu uma multidão imensa de peregrinos num dia tórrido de verão com a presença do Papa Francisco, um dos mais humildes, queridos Papas de todos os tempos, com uma relação de proximidade com o povo e aceitação de todos pela Igreja Católica. Guardo para mim também esse momento especial de ter ido vê-lo a passar numa rua, onde eu estava no meio de uma multidão emocionada junto da Nunciatura Apostólica.

Imagem retirada do site da Euronews (*1)

São momentos inesquecíveis o arrepiante momento em que a fadista Carminho entoou a belíssima canção: "Estrela"

ou o enternecedor momento em que uma jovem sorri depois do Papa Francisco se dirigir à enorme multidão de peregrinos que o que se devia fazer quando alguém se vai ou sente embaixo é sempre ajudar a levantá-lo.


Sem duvida que é um Papa diferente, inclusivo e que consegue mobilizar os jovens. Mas voltando à temática deste blog e ao inicio do texto, comentei em mensagem com uma colega que a cerveja que bebia nesse primeiro de Agosoto devia ser Argentina em homenagem, mas sendo Venezuelana também não estava mal por ser na América do Sul e teve esta feliz coincidência.

Achei engraçadíssima a imagem com um urso polar no rotulo, sugerindo aquela ideia de uma cerveja estupidamente gelada. Produzida em 1941 (embora exista uma referencia na wikipedia de ter sido registada em 1916 e fabricada em 1911 na fábrica da compañia Cervecera Internacional SA, em Puentes Grandes, Havana, Cuba) numa fabrica localizada em Antimano a Oeste de Caracas e dois anos mais tarde um mestre cervejeiro de seu nome Carlos Roubicek, que ao modificar a sua formula, conseguiu impulsionar a marca até se consolidar como a mais vendida na Venezuela. (*2)
De cor dourado claro, quase translucida, com uma formação de um dedo de espuma branca. Retenção de média a curta duração, carbonatação média/franca, deixa um rendilhado de rasto no copo. 
Aroma a agradável a malte. Sabor também a malte, milho na sua composição, dai a notar-se a sua presença, alguma acidez e apresenta um final de boca com algum amargor e algum dulçor. Leve com 4,5% ABV e é uma cerveja que me soube bem e acredito que se tivesse no ponto, uma vez que o meu frigorifico não está a refrigerar muito bem, seria bem boa para um dia de calor, felizmente não está um dia muito quente. Gostei.

(*1) https://pt.euronews.com/2023/08/02/dezenas-de-milhares-de-peregrinos-na-abertura-da-jornada-mundial-da-juventude

(*2) https://es.wikipedia.org/wiki/Polar_(cerveza)

https://empresaspolar.com/negocios-y-marcas/cerveceria-polar/polar-pilsen

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Paisagens do Oeste e por quem não esqueci (Cerveja Ciucas)


Levei esta Ciucas para beber enquanto passava uns dias de férias na região do Oeste, onde já conhecendo a Areia Branca pude visitar a Lourinhã, Peniche, que não conhecia, o Baleal, o Farol do Cabo Carvoeiro e vislumbrar ao longe a ilha das Berlengas. Recordo-me do meu grande amigo Hugo falar com entusiasmo quando lá ia, mas confesso que ainda tenho de ganhar coragem para um fazer a travessia, que segundo consta na maior parte das vezes é turbulenta. Achei bastante piada ao Baleal onde se faz a passagem por um passadiço sinalizado para controlar o sentido do transito, ora na ida para a ilha ou o inverso. Mas o que aqui falei é uma pequeníssima parte desta beleza e riqueza natural que fazem parte desta zona, composta por 12 concelhos (Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras. (*1)


Berlengas avistada a partir de Peniche
e praia da Areia Branca

Não podia deixar de fazer aqui uma referencia à memoria da minha querida amiga Celina, sempre tão envaidecida da sua região do Oeste, da Maceira, das suas origens, e que tinha uma relação tão especial com a natureza e a beleza imensa das paisagens que dava a conhecer (como a praia de Santa Rita (*2) através da partilha de fotos enquadradas com ela, igualmente tão bonita. Tal como o Hugo, são amizades que me marcaram e que não esquecerei.


Regressando à Ciucas (que também é uma cordilheira de montanhas na Romênia) pertence, tal como a Timisoreana ao grupo Ursus Breweries. e é produzida há mais de 125 anos de acordo com as leis da natureza, valorizando cada momento relaxante. (*3)


Adquirida também no Cantinho Romeno, de que falei no anterior post, é uma cerveja com boa formação de espuma branca de 1 a 2 dedos, retenção média, rendilhado no copo. Cor dourado, quase transparente. Aroma a malte de Cevada e Refrescante. Sabor agradável a malte de Cevada, pão com algum amargor. Carbonatação média e om 4,6%
Cerveja agradável e leve.


(*1) https://opontodepartida.com/regiao-oeste-de-portugal/

(*2) https://www.playocean.net/portugal/torres-vedras/praias/praia-de-santa-rita-norte

(*3) https://ursus-breweries.ro/en/brands/#marci

https://www.visitportugal.com/pt-pt/node/73769

https://www.youtube.com/user/BereaCiucas

sábado, 21 de outubro de 2023

Timisoreana da Romênia


Comprada numa pequena mercearia/cafetaria de produtos e petiscos Romenos, juntamente com outras, revelou-se uma agradável cerveja. Verdade que não esperava provar tão cedo ou alguma vez cerveja Romena, mas bem dita a hora que as comprei e qualquer dia volto lá a este "Cantinho Romeno", situado entre o Areeiro e a Alameda em Lisboa. (*1)


A Timisoreana foi a primeira cervejaria fundada no actual território da Roménia, mais concretamente em Fabric no destricto de Timisoara no ano de 1718. Actualmete pertence à cervejaria Ursus. 
Onze marcas são produzidas aqui como a Ursus ou a Stejar, para além da Timisoreana que é a marca mais vendida naquele país. (*2)
É uma cerveja de cor dourada, transparente, boa formação de espuma branca e retenção média. Aroma a malte de cevada.
Sabor também a malte de cevada, um pouco metálico, com algum amargor no final de boca e muito fácil de beber. É uma cerveja com carácter, bom aroma, bom sabor e com 5% ABV.
Uma surpresa agradável.

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Tróia dos meus sonhos... (Cerveja Warrior IPA)


Foi com esta "Warrior" na bagagem que atravessei o belo rio Sado a caminho de Tróia para aproveitar um período, ainda que pequeno, de descanso e aquele que costumo chamar de primeiro banho da época balnear. 
Toda esta maravilhosa península banhada quer pelo rio Azul - assim se canta o nome do Sado da música que curiosamente a ouvi ao vivo pela primeira vez em Tróia  (*1) - quer pela águas do atlântico, é repleta de tão boas recordações e memórias passadas junto do meu Pai (o grande responsável por esta forte ligação a Tróia e Setúbal), da minha Mãe e das minhas irmãs. 

 Foto antiga da minha irmã mais velha junto do NSU Prinz do
 meu Pai naquilo que me parece ser o cais do Jardim da
 Beira Mar em Setúbal com Tróia no Horizonte

Diz-se que as primeiras memórias costumam ser a partir dos 3 ou 4 anos de idade, e eu tenho um flash de infância, a atravessar o Sado com os meus Pais num rapidíssimo Hovercraft em direção a Tróia, tenho a sensação de ter tido algum medo e alguma claustrofobia pelos assentos estarem numa cabine de passageiros mais baixa que o normal. De facto as peças encaixam-se na procura de informação sobre estas embarcações que faziam a ligação entre o jardim da beira-mar em Setúbal e Tróia, e que começaram a operar em 1971 por uma empresa ligada ao grupo Torralta, durante meia dúzia de anos, sendo o seu fim ditado pelas convulsões sociais, politicas e econômicas do período pós 25 de Abril que afetaram profundamente este grupo (*2)
Encontrei há pouco uma página no facebook intitulada "Setúbal do meu coração" (*3), que divulga deliciosas fotografia que me fazem viajar no tempo, e que ao meu pedido de permissão, gentilmente anuído pelo criador da página, aqui publico para me guiarem neste relato. 


Por volta da segunda metade dos anos 80, começamos a ir anualmente passar duas semanas a Tróia, naqueles tempos apesar de alguma degradação da Torralta (lembrou-me do casino abandonado), existia uma grande agitação devido ao enorme fluxo de Setubalenses no verão. Lembrou-me de ver o movimento de pessoas que vindo dos barcos, seguia pelas ruas ao longo das bandas, passava pelo cinema - onde também se realizava o Festroia, que contou com a presença de grandes nomes como Christopher Walken (*4) - e ao passar pelo supermercado se enfileirava a caminho da praia.


Comecei a passar férias na segunda metade dos anos 80, num dos apartamentos das torres, a vista era deslumbrante, e cá embaixo ao pé da recepção existiam umas salas de convívio onde estudei para os últimos exames de historia e matemática do 7º ano com a preciosa ajuda da minha Mae. Recordo ainda que havia um écran de TV grande cuja imagem era obtida através da mistura de projeção de feixes de luz vermelha, verde e azul, onde víamos com grande entusiasmo a telenovela brasileira "Roda de Fogo" com os actores Tarcísio Meira e Bruna Lombardi.


A maioria das vezes o meio de transporte era através do imponentes ferryboats, eram como pontes, o Renault 5 do meu Pai entrava por um lado e saia pelo outro, tal como das vezes em que o usei com os meus amigos, uma com o "velho general" o Opel Kaddet 1.2 do meu Pai, conduzido pelo meu amigo Pedro, ou o Renault 11 do avó do meu amigo Luís, que sem carta (é verdade, que inconsequentes) fomos até à Sol Tróia às tantas da noite. Uma vez, passava eu férias com as minha irmãs e o meu Pai e acordamos com uma manhã submersa em nevoeiro, que depois de se desvanecer, avistamos um ferryboat encalhado num banco de areia e até dava a ideia de se conseguir alcança-lo pela praia.


Tróia de outrora tinha um complexo de piscinas muito grande, tinha as do bico das lulas e as da Galé, onde íamos, dividida em dois quartos de circulo, onde existia uma plataforma de mergulho para os mais destemidos num deles. Recordo-me de existir um restaurante, e de uma vez em que foi gravado o programa de televisão "Clube dos amigos Disney" com o Júlio Isidro. pelo caminho via-se um comboiozinho com rodas que fazia o transporte até às piscinas da Galé.


Existia também uma pequena esplanada muito simpática num pequeno jardim entre as bandas, que eram os apartamentos mais baixos, e que tinha um parque infantil. Naqueles tempos não nos confinávamos apenas a Tróia, pois o meu Pai gostava de ir até ao Carvalhal onde se comia muito bem no restaurante do Sr. Avelino ou mesmo até Sines. 

Hoje em dia a Tróia está muito diferente daqueles saudosos tempos, mas ainda consigo sentir a magia quando lá estou, quando olho para aquele quadro azul do atlântico a perder de vista, de um céu recortado pela serra da arrábida e as suas praias, quando atravesso o ferryboat, ou quando passeio pelo extenso areal e olho para as torres, outrora Magnólia Mar e Rosa Mar, é um bálsamo para a minha alma.

O extenso e paradisíaco areal da praia de Tróia

Depois da alguma decadência do império da Torralta  (*5) e algum abandono, como o prédio (Hotel ? Casino ?) que ficou por construir, apenas habitado pela famosa comunidade de morcegos, veio a fase da Sonae (*6), da implosão de edifícios como aquele que falei agora, da reorganização de espaços verdes e reaproveitamento de alguns prédios, construção de uma marina e de moradias e casas só ao alcance de alguns, para além da deslocalização do cais de embarque/desembarque dos ferryboats ou do preço dos catamarãs. Bem se podem queixar os meus amigos Setubalenses, pois como é frequentemente dito, Tróia deixou de ser para o povo, que de alguma maneira ficou mais condicionado ao acesso daquele paraíso, e é agora dos que têm mais desafogo financeiro. De qualquer maneira quando lá vou ainda vejo alguma vida e um bom movimento dos barcos em direção às praias. 

Tróia nos dias de hoje

Como já referi foi uma óptima ideia ter levado esta cerveja que comprei no Lidl e que de certa maneira pelo rotulo com a imagem de um índio, é uma certa analogia àquilo que Troia já foi, uma península de natureza selvagem e bela, mas muito menos atualmente devido à mão do homem na exploração turística com alguns planos para o futuro de casas e resorts de luxo que temo virem a impactar negativamente em aspectos ambientais e visuais até.  

Já tinha experimentado a "Patriot", que penso ser do mesmo fabricante - ao que parece engarrafada na Hungria para o Lidl (*7) - desta "Warrior" IPA que se caracteriza por uma cor âmbar, turva, com um a dois dedos de espuma bege, retenção pouco douradora, deixando um rasto de espuma. Aroma maltado, caramelizado, e talvez a sultanas. Sabor de notas a rezina, biscoitos de manteiga (esta apreciação é uma novidade no blog) e com final de boca amargo e um pouco seco, que perdura. Com 6% ABV é uma cerveja que devido ao aroma e aquele gosto caramelizado, não se assemelha a meu ver a uma IPA, mas pronto é uma cerveja que se bebe especialmente com uma vista tão bonita e repleta de memórias tão boas e doces.

O mesmo local ? a mesma paisagem ?


(*1) https://gmcaapge.blogs.sapo.pt/rio-azul-8825

(*1) https://www.youtube.com/watch?v=fmCaCGhYNN0

(*2 ) https://setubalmais.pt/os-hovercrafts-do-sado/

(*2) https://www.youtube.com/watch?v=uwAWfpMhCUA

(*3) https://www.facebook.com/setubaldomeucoracao

(*4) https://arquivos.rtp.pt/conteudos/festival-internacional-de-cinema-festroia/

(*5) https://www.dn.pt/arquivo/2005/um-imperio-turistico-cheio-de-historias-620734.html

(*6) https://www.nit.pt/fora-de-casa/critica-troia-ainda-cheira-nossa-infancia-esta-diferente

(*7) https://www.eleconomista.es/nacional/noticias/11163900/04/21/Las-15-nuevas-cervezas-artesanas-de-Lidl-que-ya-se-pueden-comprar-a-un-precio-de-autentico-chollo.html


segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Benediktiner Hell


Imperdoável mas ainda não tinha bebido nenhuma Benediktiner até me aparecer esta tentadora Hell à frente. Por ainda não ter visto nenhuma destas, a não ser a Weissbier e Dark (que também um dia irei prova-las e quem sabe fazer um post - Levei-a logo comigo.
Verdade que fiz a prova meio à pressa pois tinha vindo de uma tarde de sábado a trabalhar e tinha combinado com um amigo numa esplanada. Estava uma daquelas tarde de calor a pedir uma cerveja bem fresca, pena que o frigorifico lá de casa não estar a deixa-las no ponto e qualquer dia compro um daqueles mini frigoríficos para garrafas
A história desta cerveja de trigo remonta à abadia beneditina do mosteiro Ettal. Tem sido uma receita tradicional desenvolvida pelos monges desde há 400 anos. A tranquilidade do mosteiro, situado a 877 metros, uma filosofia de tratar a natureza e as matérias-primas com respeito e as coisas  e a atenção Beneditina ao detalhe fazem esta cerveja ser especial até aos dias de hoje. 
Os princípios Beneditinos básicos são: Estar calmo e reservar um tempo para aproveitar as coisas boas da vida, ter cuidado em tudo o que se faz e respeitando todas as pessoas e coisas.

*imagem retirada do site 
https://www.benediktiner-weissbier.de/en/our-history



Tão agradáveis princípios dão forçosamente origem a boas cervejas como é o caso desta Hell, (que nada tem de profano) e que se caracteriza por ser uma cerveja leve, sabor maltado e adocicado.
E foi assim que retirá-la do frigorifico surgiu o esplendor da sua cor amarela. transparente, boa formação de espuma de três dedos, retenção com rendilhado no copo, aroma a malte de cevada com notas a banana, sabor a malte de cevada com alguma acidez e um final de boca com algum amargor e algo acentuado. Cerveja refrescante co 5 % ABV. Muito boa, tipicamente como as cervejas Alemãs que são sempre imagem de qualidade  


https://www.benediktiner-weissbier.de/en/our-history


quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Abbaye de Vauclair IPA


Tendo já experimentado a Abbaye du Vauclair Imperiale, despertou-me a curiosidade esta IPA que vi no lidl e que desconhecia existirem mais estilos.
Depois de ter feito algumas pesquisas pela internet, lá se abriram um pouco mais as cortinas acerca da produção desta marca para o Lidl, e ao que parece quem está por trás é a conhecida cervejaria Francesa Brasserie Goudale (*1), da qual já tive oportunidade de experimentar a Goudale IPA, e que também produz a Belzebuth a qual ando a ver se a apanho por ai à venda. (*2)

Com 7% ABV é uma IPA forte. de Cor Amarelo escuro, alaranjado, âmbar também se poderá dizer, um pouco turva. Faz uma boa formação de dois a três dedos de espuma branca e uma retenção média que deixa um bom rendilhado no copo. Aroma frutado, cítrico, um pouco a toranja e maltado. Pelo paladar sobressai um gosto lupulado, logo tem um amargor acentuado e no final de boca talvez um pouco seco. É uma IPA um pouco diferente com um contraste entre o adocicado e o amargor, mas nota-se aqui que tem um certo adocicado. Uma referência de sabor a casca de laranja que faz parte da sua composição e o açúcar. 
Digamos que não é má, mas que corre o risco de poder tornar um pouco enjoativa por ser algo doce, especialmente se tivermos a beber uma garrafa de 75 cl que foi o caso. Mas pronto pela relação qualidade preço é uma cerveja até bastante razoável. 

(*1) https://www.rayon-boissons.com/actu-flash/distribution-lidl-met-en-avant-son-abbaye-de-vauclair-imperiale-en-biere-du-mois-49895

(*2) https://brasserie-goudale.com/

sábado, 5 de agosto de 2023

Zambujeira e a rota do Litoral (Abbaye de Vauclair)


É a terceira vez que experimento esta cerveja que me foi mostrada pela minha irmã e que eu provei pela primeira vez na Zambujeira do Mar, numa tarde de verão, no quintal de uma casa muito agradável que alugamos. A Zambujeira é um sitio de que gosto muito, uma vila pequena, acolhedora, simpática e com muita riqueza natural, praias belas e recônditas, escarpas sobre o mar com monumentais vistas para o oceano e um por do sol deslumbrante. 

Praia da Zambujeira do Mar

Quando vinhamos de Lagos o meu Pai gostava de fazer o caminho do litoral Algarvio e Alentejano bem cedo e a Zambujeira do Mar era quase sempre um local de paragem para tomar o pequeno almoço depois de passarmos por Aljezur, Rogil e Odeceixe era seguir por Vila Nova de Milfontes, Porto Covo, São Torpes e avistava-se Sines para depois entrar na estrada que ia para Troia, passava-se por Pinheiro da Cruz, Comporta, e daí entrar no ferry boat que atravessava o rio Sado ou azul como também é conhecido. Também acontecia fazermos o caminho inverso a caminho do Algarve. Era uma viagem arejada, com estrada coberta de sombras das árvores em alguns trajectos e não era tão saturante como ir pela A2 pois dava para ir vendo a paisagem e as belas vilas do sudoeste Alentejano e parar nalgum local. Há alguns anos fiz essa mesma viagem com a minha Mãe e os meus Tios. 

*Fontes das imagens (*1) (*2) (*3) (*4)

Infelizmente à data que escrevo estas linhas tem deflagrado um incêndio muito grande pelo concelho de Odemira que já fez arder muitos hectares daquela zona e estendeu-se ate Monchique. 
Mas voltando ao nosso tema central fiquei impressionado e gostei muito da garrafa de 75 CL. num preto baço. Não fazia ideia ao inicio que era comercializada apenas para o lidl, mas no que diz respeito à produção pouco mais sei do que vem na garrafa, cujo nome usado, Abbaye De Vauclair,  poderá ter referências a um mosteiro cisterciense fundado em 1134 por São Bernardo de Clairvaux a pedido de Barthélemy de Jur , bispo de Laon. E localizava-se no que é hoje a comuna de Bouconville-Vauclair  em França. (*5) Mas isto é apenas a associação que faço do nome da cerveja com a referida abadia que existiu ou seja sem confirmação de informações que pesquisei pela web.


A segunda vez que a experimentei foi num verão em Lagos e tinha uma ideia diferente na minha cabeça de que era uma cerveja loura, turva e eis que me deparo com uma cerveja de cor ruiva e aroma caramelizado.
É uma cerveja de cor âmbar, límpida, transparente com dois a três dedos de espuma branca, boa retenção e boa formação de espuma. Aroma malte, a caramelo, a rezina.
O sabor nota-se a presença dos 7,5% de álcool, uma cerveja a começar para o forte, um sabor caramelizado e com algum amargor no final de boca.
Na sua composição, que se pode ler na garrafa, é elaborada para além dos ingredientes habituais como água e lúpulo, tem a curiosa combinação de vários cereais como o malte de Cevada, trigo, centeio e aveia, mais xarope de glicose, extrato de coentros e de laranja. Que receita. 
Faz-me lembrar a Abadia da Super Bock, mas mais forte. 
Provei-a em boa altura porque já estava fora de prazo e tinha de fazer esta prova antes que começa-se a perder qualidade. 
É uma cerveja muito agradável de se beber mas fazia uma ideia diferente de quando a bebi nas primeiras vezes. 










quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Irish Craft Pale Ale


Volto a esta marca Irlandesa, depois de ter experimentado a excelente IPA, sendo que por isso as expectativas eram altas. Como já tinha falado nesse post, são exclusivas dos supermercados Lidl e foi de lá que trouxe esta ale Ale. O nome da cervejaria é a Rye River, que produz vários estilos desde 2013 com a chancela The Crafty Brewing Co.


De facto não tenho andando muito entusiasmado com as provas desde a morte da minha gatinha Jamilinha, para além de ultimamente não andar muito bem dos intestinos, o que fez com que bebesse esta cerveja já fora de prazo, mas mesmo assim ainda em perfeitas condições. Começo por dizer que é uma excelente cerveja, o que não era de esperar outra coisa desta marca dos rapazes de bigode, desta vez uma Pale Ale com 4,5% de cor dourada quase âmbar, excelente formação e retenção de espuma branca. Um pouco turva, Aroma frutado e fresco a citrinos, toranja e maracujá. Sabor frutado, refrescante e lupulado mas muito fácil de beber. Amargor em final de boca.
Uma Irlandesa que já ganhou uma medalha de prata e de bronze no world beer awards.
Não defraudou as minhas expectativas de maneira nenhuma.


quinta-feira, 20 de julho de 2023

Madrid, Madrid, Madrid...(e viagens de família à capital Espanhola)


Muito se pode escrever ou falar de uma cerveja com o nome MADRÍ, mas antes de tudo vou aproveitar para invocar a memória do meu Pai e as suas viagens que fazia de férias com os amigos a Espanha, cujos postais que ele enviava aos meus Avós, guardo-os comigo. Ora é num desses postais de visita à monumental cidade de Madrid, datada de 6 de Maio de 1957, que o meu Pai fala: "dos seus edifícios imponentes (assim me parece escrito), muito movimento, parques, museus, muitos estabelecimentos bons e muita coisa para ver". O postal que aqui coloco, mostra a panorâmica da praça de Cibeles e a Calle de Alcalá. Não podia deixar de referir, como adepto de futebol, paixão que herdei do meu Pai, é precisamente na fonte de Cibeles que esta deusa testemunha as grandiosas conquistas do Real Madrid e palco de festejos dos seus adeptos.



Também eu fui a Madrid em 2012, juntamente com a minha Mãe, uma das minhas irmãs e o meu cunhado, e estou em total sintonia com as palavras assertivas do meu saudoso Pai; a imponência dos seus edifícios e a sua arquitetura me encantam como os Espanhóis gostam de dizer, é uma cidade com enorme agitação nas suas movimentadas e grandes avenidas. Tanto no postal de 1957 como numa das fotos postadas, aparece o icônico edifício Metropolis, imagem de marca da cidade e essa curiosa ligação, separadas por 55 anos, entre a viagem do meu Pai e a minha. Uma referencia ainda ao monumental e austero Mosteiro do Escorial, símbolo máximo do reinado de Filipe II, mandado construir para comemorar a vitória na batalha de San Quintin, em 1557. sobre as tropas de Henrique II, rei de França e para servir de lugar de enterro aos restos mortais de seus pais, Carlos V e Isabel de Portugal, assim como os seus e dos seus sucessores. [*1] Para além do meu interesse histórico, relembro um livro que os meus pais compraram, e que me serve de referencia em viagens, sobre as grandes maravilhas do mundo onde lá estava o "El Escorial"

Entrando na "máquina do tempo" e recuando novamente à época da visita do meu Pai, aproveito para falar de uma das músicas mais emblemáticas; a canção ou melhor a Chotis [*2] (música e dança originária na Boêmia) "Madrid", composta pelo Mexicano Agustín Lara, estreada em 1948 e com uma versão que fez parte do filme "La Faraona" [*3] (de 1956, um ano antes da visita do meu Pai), interpretada pelo próprio Agustín Lara e pela bailarina, cantora a actriz Lola Flores, que aqui deixo neste delicioso vídeo.



Depois de tanta coisa bonita e boas lembranças que esta bela cidade nos trazem, foquemo-nos  nesta cerveja que não conhecia e que me foi oferecida pela minha irmã mais nova. 
De seu nome MADRÍ Excepcional, faz alusão à alma desta grandiosa e movimentada cidade, mas também aos "Chulapos" um grupo de pessoas da sociedade espanhola do séc. XIX famosos pelo estilo de vestir elaborado e atitude atrevida, tão bem ilustrado no belíssimo rotulo da garrafa. 
Hoje em dia é um termo usado para se referir a qualquer madrileno que reflita essa personalidade, estilo e atitude que perdura na Madrid moderna. [*4]

Produzida pela La Sagra numa elegante garrafa, é uma cerveja com 4,6% ABV, abaixo da graduação e do amargor que é costume em Espanha, com uma excelente formação de espuma branca, retenção média. Cor dourada e transparente. Aroma a malte e com sabor idêntico, suave e amargor moderado. Este sabor suave pode ter a ver com o facto de ser produzida com malte de trigo. É muito agradável e mão me importava nada de a beber em Madrid com umas belas tapas a acompanhar, mas já me dava por satisfeito se a encontrasse à venda por aqui mesmo.



quinta-feira, 29 de junho de 2023

Cerveja Nocal e Museu da Cerveja


Creio que a primeira vez que me dei conta da existência da Nocal foi no museu da cerveja no Terreiro do Paço em Lisboa, na altura em que o menu de cervejas daquele restaurante contemplava as de Portugal continental, insular e de países oficiais de língua portuguesa. Tinham um vasto leque originárias de Angola, Moçambique, Açores, Madeira, Brasil, etc...Um conceito do qual eu apreciava muito e que hoje infelizmente já não é assim, embora a aposta seja agora nas artesanais nacionais o preço de cada não é nitidamente para o bolso do Português comum. 

Copo Júlio Pomar
https://www.museudacerveja.pt/museu/

Relevo o curioso copo exclusivo do museu assinado por Júlio Pomar, com a forma de uma meia garrafa invertida revestido a vidro, e o próprio museu, que tive oportunidade de visitar e que faz jus ao imenso e rico patrimônio histórico e legado cervejeiro do nosso país, ali se pode seguir em painéis a evolução histórica desta bebida e alude as principais marcas com raízes nacionais. pelo menos assim me pareceu.

No final uma pequena prova de uma Sagres Bohemia em copo de barro que ainda guardo, servida por um monge numa sala a simular uma adega monástica. Apreciei muito e gostaria de lá voltar um dia.


Monge Museu da Cerveja
https://www.museudacerveja.pt/museu/

Copo de barro oferecido

Regressando à Nocal, é produzida desde 1960 e a segunda cerveja a ser produzida em Angola e por isso uma marca histórica no país. conhecida pela sua qualidade superior é apreciada pelos consumidores mais exigentes. Celebra os bons momentos de convívio e festa, da noite, do Afrobeat, do Afrohouse, celebra o poder de escolha e de quem sabe o que quer. (*1). Como a Cuca, faz parte do grupo Castel Angola.

É a segunda cerveja de Angola que bebo depois da Cuca, é uma cerveja de cor dourado claro, transparente e boa carbonatação, boa formação de espuma de dois a três dedos de espuma branca, boa retenção, ficando um rendilhado de espuma no copo. Aroma a malte e um bocadinho cítrico. Sabor de malte, um bocadito metálico e com ligeiro amargor no final. é uma cerveja leve e refrescante com 5% ABV. Cerveja fácil de beber e de boa qualidade 


(*1) https://grupocastelangola.com/produto/cervejas/nocal/nocal/ 



quinta-feira, 1 de junho de 2023

Mythos (...e Saudades)


O post sobre esta cerveja não me é particularmente feliz, não por a cerveja ser desagradável mas porque na altura em que a bebi, já lá vão dois meses, estava a poucos dias de lidar com a morte da minha gatinha mais velha e de que eu tanto gostava; a minha Jamila. Muitas das vezes que eu me sentava para saborear uma cerveja lá vinha ela, e sem pedir licença aninhava-se ao meu colo, e eu às vezes ralhava-lhe por não me deixar desfrutar o momento, mas eu não resistia e ela lá ficava. 

A minha Jamilinha, para sempre muito especial

Trouxe-a de Lagos, no Algarve, depois de ter aparecido esfomeada e abandonada em cima de um muro, seguiu-nos, e depois do meu Tio lhe ter dado comida não mais nos deixou e ali ficou pelo jardim da casa da minha Tia. Recordo-me da piada que era vê-la a trepar uma palmeira. A decisão de trazê-la foi das melhoras que tomei na minha vida e este post apesar de ainda me fazer sentir muito triste é também uma homenagem ao amor incondicional que nos deu ao longo de quase 12 anos. Era e será sempre muito especial.

A Palmeira no jardim da vivenda da minha
Tia em Lagos, em que a Jamilita trepava

Voltando à cerveja, a de que falo neste post é a Mythos, de origem grega. Tem uma história recente, nascida nos anos 90, mais precisamente em 1997, em que causou imediatamente boa impressão nos consumidores e quebrar o status quo de outras cervejarias estabelecidas ao tornar-se numa alternativa mais "cool". A receita da Mythos resulta da combinação e experiência da mestria cervejeira Grega em junção com o know-how adquirido devido à suas colaborações com a maioria das escolas europeias como a Alemã, a Irlandesa, a Dinamarquesa e a Francesa. Após longos testes a Mythos criou uma receita original que oferece uma cerveja fácil de beber, espuma rica, cor loiro e brilhante e um incrível sabor. É exportada para mais de 30 países no mundo. (*1)

Garrafa verde com um rotulo engraçado e com o símbolo de um unicórnio, cor dourada, amarelo, boa formação de um a dois dedos de espuma branca e retenção médio/baixa. Aroma a malte e a milho. Sabor a cevada, malte, refrescante, suave, com algum amargor de boca no final seco. Com 4.7% Vol. de álcool. É uma cerveja refrescante e agradável.

(*1) https://mythosbeer.gr/en#history